quarta-feira, 6 de julho de 2011

Em busca do amado (Canticos dos Canticos)


Ela.

5 Levantei-me para abrir ao meu amado,

minhas mãos gotejando mirra;

de meus dedos a mirra escorria

sobre o trinco da fechadura.

6 E então abri ao meu amado,

mas o meu amado já se tinha ido, já se tinha retirado.

Ansiei loucamente por falar-lhe:

procurei, mas não o encontrei;

chamei, mas não me respondeu.

7 Encontraram-me os guardas que faziam a ronda da cidade:

espancaram-me e me feriram;

arrancaram-me o manto as sentinelas das muralhas.

8 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém:

se encontrardes o meu amado,

anunciai-lhe que desfaleço de amor!

Descrição do amado

Coro.

9 O que distingue dos outros o teu amado,

ó mais bela entre as mulheres?

O que distingue dos outros o teu amado,

para que assim nos conjures?

Ela.

10 O meu amado é branco e corado,

inconfundível entre milhares:

11 Sua cabeça é ouro puro,

a cabeleira é como leques de palmeira,

é negra como o corvo.

12 Seus olhos são pombos,

junto aos cursos de água,

banhando-se em leite,

detendo-se no remanso.

13 Suas faces são canteiros de bálsamos,

tufos de ervas aromáticas.

Seus lábios são como lírios,

a destilar um fluido de mirra.

14 Suas mãos são braceletes de ouro,

guarnecidas com pedras de Társis.

Seu corpo é marfim lavrado,

recoberto de safiras.

15 Suas pernas são colunas de alabastro,

assentadas em bases de ouro.

Seu aspecto, como o Líbano, airoso como os cedros.

16 Sua boca é só doçura; todo ele, pura delícia.

Tal é o meu amado, assim é o meu amigo,

ó filhas de Jerusalém.

Encontro com o amado

Coro.

1 Aonde foi o teu amado,

ó mais bela das mulheres?

Para onde se dirigiu o teu amado?

Iremos contigo à sua procura.

Ela.

2 O meu amado desceu ao seu jardim,

aos canteiros de bálsamos,

para apascentar nos vergéis e colher lírios.

3 Eu sou do meu amado, e o meu amado é todo meu.

Ele é um pastor entre lírios

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